Não deixe seus livros parados na estante. Troque seus livros com 200 mil leitores. Participe!

CADASTRE-SE

MOVIMENTOS PORTÁTEIS

Reynaldo Damazio
(0) votos | (0) comentários

Sinopse
A construção de um passo é, antes de tudo, sair da inércia e se desequilibrar, para em seguida voltar o pé ao chão e reestabelecer o aprumo. E é entre essas ações de deslocamento que o corpo dos poemas de Reynaldo Damazio se agita, em movimentos muitas vezes tensos, diante de nossos olhos neste seu novo livro. Ao dividir em cinco movimentos os poemas sem título do conjunto, já de início sentimos o atrito ritmado do conflito entre aquilo que está sendo retido e uma iminente explosão. A palavra incendiada caminha sob a chuva miúda, ao lado “dos seres todos metidos em/sua soberba e intransitividade:/o que se assemelha à permanência/e que para nós é dessemelhante”. Já que andar é desarmonia, o passo firme e torto do poeta nos conduz entre imagens em choque constante, onde “a porta se abre à espera de ninguém”, num “manancial de silêncio”, em que “você procura a saída no escuro,/busca sem sucesso, só o silêncio/se move”. É uma jornada sem herói, atravessada pela negatividade o mais das vezes corpórea, por onde se vê acumular o grito no fundo da garganta: “a boca ressecada, café no/mármore esfriando a raiva,/o grito, o tiro disfarçado/na sola do pé”. Estirada até o limite (haveria limite no tempo presente?), a voz do poema sai entrecortada e cada vez mais pesada (“não há leveza,/a cadela arrasta a pata traseira/sobre a cara morta do presente”) e intransitiva: “dizer pelos cotovelos o nada”. A realidade se impõe de modo cruel e a consciência é atravessada pela angústia de estar vivo no presente (“talvez sair pela rua/suja de pânico/sem fé/nem fissura”). E do embate travado nos poemas, tanto líricos quanto políticos, e da impossibilidade de o grito ser ouvido, “o coração selvagem se aquieta e a/sombra do que na mente é revolta/ganha cores e rituais de uma dança/estranha, agônica”. Aqui, é a lucidez do desencanto dançada no fluir dos compassos, movendo o leitor de uma experiência de estilhaçamento para convergir, aos poucos, em um lirismo de andamento ágil e não menos inquietante. Nestes Movimentos portáteis, Reynaldo Damazio orquestra habilmente uma composição feita para ouvir de fones e que, inevitavelmente, mobiliza também o leitor a “uma flor e um grito”, como diz Herberto Helder na bela epígrafe que abre o livro. Lilian Aquino

Categoria
Editora Kotter Editorial
ISBN-13 9786586526387
ISBN 6586526388
Edição 1 / 2020
Idioma Português
Páginas 115
Estante 0  0  0   0
Sua estante
7% chance de ser solicitado

CADASTRE-SE


AVALIAÇÃO DO LEITOR
Já leu o livro? Comente!

Quero comentar sobre este livro