Sinopse
Agora ultrapassada a barreira dos 70 anos, quando o ocaso já se prenuncia, vencida quase mais uma década, é hora de olhar para o espelho de minha vida. É nele que vemos o que ficou gravado: a nossa sombra da vida. O que vejo? Vejo um cenário com uns poucos e inesquecíveis momentos de felicidade, mas que ao juntá-los, percebo o quanto o Criador foi generoso comigo. Vejo também muitas turbulências. Com elas, relembro as dificuldades e os momentos difíceis porque passei. Vencê-los, deu-me a força e ânimo necessários para encontrar o rumo que segui a partir de cada superação. Vi também cenas que marcaram minha tenra infância: os ciganos!
Quando comecei o projeto de escrever um livro sobre zíngaros, não sabia exatamente qual o tipo de abordagem adotaria, se faria um documentário ou um simples relato do que vira décadas atrás e essa dúvida permaneceu por muito tempo. Imbuído na vontade de levar a bom termo esse sonho, não desisti, mesmo sabendo pouco ou quase nada sobre essa gente, para mim, encantada. Não se escreve sobre nenhum assunto sem antes muito pesquisar. Essa é a regra se o trabalho for sério e pretenda levar credibilidade a quem se dispõe a lê-lo. Pesquisar o povo cigano, suas origens, tradições e lendas, foi excitante e a cada fonte examinada deparava-me com aspectos desconhecidos e diferenciados desse sofrido povo. As informações, muitas vezes contraditórias, eram tão ricas e complexas que me levaram a tecer uma trama em que pudesse encaixá-las de forma conexa e leal às fontes exploradas.
Dessa pesquisa nasceu um romance onde os fatos históricos, cenários e algumas personalidades reais da humanidade, misturaram-se a acontecimentos e personagens fictícios, transformando o que, a princípio seria apenas uma pesquisa, numa história de amor, ódio e muito sofrimento.