Sinopse
A obra é narrada em terceira pessoa e não raramente utiliza da articulação poética de versos ritmados misturados à prosa dominante de viés referencial. São estrofes pontuais de sílabas com rima e prosódia saudosista, as quais se mostram sobremaneira condizentes com a proposta do enredo em questão. E isso já diz muito do caráter do seu narrador, ou seja, ele um memorialista inconteste.
Sendo assim, está claro que nada é aleatório ao discurso de Mea-culpa, escrito por Carlos Alberto de França, e o leitor atento perceberá o quanto de poesia e simbolismo há debaixo desse pano de fundo multifacetado chamado memória. E a confissão de culpa de um homem condenado por sua própria conduta, tendo sempre que perder ou fugir de suas mais fortes ligações na cena turbulenta, a dialogar no fim, com a própria imagem cheia das cicatrizes do tempo.