Sinopse
É fácil nos esquecermos que a origem da poesia é a religião. Foram os encantamentos, as preces dirigidas aos deuses que organizaram a linguagem de forma diferente daquela utilizada no cotidiano. Repetições e rimas se destinavam a fazer a voz humana ouvida – ser recebida com mais do que a razão por quem as ouvia, por quem as proferia. Ademir Santana, com seu belíssimo Aluanda: em cantos em versos, procura refazer esses caminhos, que jamais foram completamente abandonados. Se a cultura escrita tornou-se mais e mais laica, a tradição oral nunca deixou de cultivar a relação primeira entre poesia e sagrado – e de servir de alimento a quem aprouvesse se apropriar desse outro possível uso da linguagem poética. .... Do prefácio, por Cintia Schwantes, professora do Instituto de Letras, Universidade de Brasília.