INSTITUIÇÃO DE VELHOS: ESPAÇO DE REMINISCÊNCIA E RESISTÊNCIA

Esta dissertação realizou um estudo teórico conceitual sobre o envelhecimento e as grandes mudanças que acompanham este processo em nossa sociedade, enfatizando as implicações frente à institucionalização de velhos. Tomando como base considerações acerca do fenômeno do envelhecimento no Brasil, a pesquisa buscou analisar o contexto dos abrigos de velhos e os cuidados realizados pelas Instituições de Longa Permanência (ILPIs). O nosso objetivo geral foi fazer uma reflexão sobre os aspectos sócio-históricos que constituem uma instituição de acolhimento de velhos e as repercussões do processo de institucionalização sobre os sujeitos envelhecidos e fragilizados. Os objetivos específicos foram: descrever as práticas gerontológicas exercidas nas ILPIs e as nuances conquistadas pela percepção sobre o processo do envelhecimento; problematizar a velhice institucionalizada de um modo interdisciplinar; apresentar os aspectos psicanalíticos que incidem sobre o mal-estar de envelhecer na contemporaneidade; pesquisar as questões relativas ao enclausuramento, reminiscência e resistência. Para desvendar com maior profundidade o espaço institucional de velhos, utilizamos como conceitos centrais as noções de instituição total, poder disciplinar e mal-estar na cultura, respectivamente, de Goffman, Foucault e Freud. Nossa metodologia foi revisitar teoricamente as práticas de confinamento, fazendo uso do cinema surrealista como problematizador do tema proposto. O resultado deste trabalho examina, por meio de um olhar crítico, as relações de poder e cuidado engendradas pela institucionalização de idosos, problematizando o conhecimento sobre as instituições de acolhimento de idosos, a fim de propor uma “ética do existir”, que necessita ser acolhida por um cuidar que dê espaço ao desejar, resistir e relembrar.