Sinopse
É preciso considerar também que a reflexão fundamental de Martin Heidegger impõe ao homem mais um destronamento que muitos se recusam obstinadamente a enxergar. Sigmund Freud já chamou a sua descoberta de uma segunda revolução copernicana. Não só Copérnico tinha desalojado a nossa terra do centro do Universo, ainda por cima Freud conseguiu mostrar que a autocrática consciência humana era impulsionada, em diferentes direções, por forças "Id" como ele as chamava, e cuja origem e essência eram desconhecidas. Martin Heidegger reconheceu, além disso, que o sujeito humano como medida e ponto de partida para todas as coisas não tem toda essa importância. Na verdade ele também é "só" algo que é, um ente entre milhares de outros entes e, como tal, depende e, em seu ser-sendo, mantido incessantemente pelo acontecimento [Ereignis] do ser, o desocultamento. Em compensação, ele, o ser humano, merece a alta dignidade e distensão de poder existir como aquele aberto e clareado que, como tal, tem de servir a tudo o que tem de ser como seu local de aparecimento e desdobramento inalienável.