IDEIAS DE JECA TATU

Monteiro Lobato tinha um propósito ao reunir os contos deste livro: ridicularizar o que ele chamava de macaquice brasileira, já que a elite do país, no início do século passado, tentava em tudo copiar os costumes de Paris. Quer no vestuário, nas artes, na língua... "Imita quem assimila processos. Quem decalca não imita, furta. Quem plagia não imita, macaqueia", dizia o autor.E foi nessa guerra a favor do nacionalismo que ele lançou mão de seu personagem famoso, Jeca Tatu, como arma para enfrentar os embustes, utilizando o caipira logo no título. As histórias trazem como marca a oralidade em narrativas sobre homens, paisagens e situações por vezes cômicas para retratar a falta de cultura da sociedade.O recado não poderia ser mais certeiro. Em Arte brasileira, por exemplo, Lobato explode: "Quando nos virá a esplêndida coragem de sermos nós mesmos, como o francês tem coragem de ser francês, e o inglês a de ser inglês, e o alemão a de ser alemão? Quando? Quando?".