Sinopse
Usos da liberdade e agonismo em Michel Foucault, de Pedro Mauricio Garcia Dotto, inicia-se com uma qualificação genérica e tradicional da liberdade: incontornável questão filosófica, fonte incessante de inquietação filosófica, reincidente temática da filosofia. Debruça-se então sobre textos de Michel Foucault, produzidos ao longo de toda a trajetória do pensador, escolhidos criteriosamente e com precisão, para uma reconstituição possível do pensamento foucaultiano sobre aquele tema incontornável, inquietante, reincidente. E conclui-se com a proposta de sugestões capazes de afrontar o incontornável, de inquietar ainda mais, de abrir perspectivas.Tudo se passa em um cenário agonístico, de justa, duelo ou jogo, onde a liberdade desempenha um duplo papel em duas versões, ambas imprescindíveis e complementares: liberdade como componente necessário ao exercício do poder e liberdade como condição indispensável para a constituição ética de si; liberdade submissa e normativa; liberdade resistente e inventiva. O fio que as liga e chave de sua inteligibilidade é o conceito de agonismo, enriquecido por um vocabulário expressivo e insistente: aporia, luta, batalha, combate, embate, tensão, disputa, confronto.Escrito em linguagem filosoficamente bem elaborada e reflexiva, o próprio livro acaba por constituir um certo agonismo já que também ele configura uma tensão entre a reconstituição de um pensamento historicamente dado e a projeção possível de propostas inventivas.