Sinopse
Que durmam, muito embora, os pálidos amantes,Que andaram contemplando a lua branca e fria
Levantai-vos, heróis, e despertai, gigantes!Já canta pelo azul sereno a cotoviaE já rasga o arado as terras fumegantes
Entra-nos pelo peito em borbotões joviaisEste sangue de luz que a madrugada entorna!Poetas, que somos nós? Ferreiros darsenais;É bater, é bater com alma na bigornaAs estrofes de bronze, as lanças e os punhais!Acendei a fornalha enorme a Inspiração.Dai-lhe lenha, A Verdade, a Justiça, o Direito E harmonia e pureza, e febre, e indignação;E pra que a lavareda irrompa, abri o peitoE atirai ao braseiro, ardendo, o coração!Há-de-nos devorar, talvez, o incêndio; embora!O poeta é como o sol: o fogo que ele encerraÉ quem espalha a luz nessa amplidão sonora
Queimemo-nos a nós, iluminando a terra!Somos lava, e a lava é quem produz a aurora!