Sinopse
O autor promove rara e abarcante discussão jurídica, filosófica, histórica e ética sobre a formação da noção de pessoa humana na sociedade, com especial embasamento nas encíclicas da Doutrina Social da Igreja Católica. Conforme demonstra, nos primórdios, nenhuma pessoa era compreendida com a dignidade que lhe é imanente. Apenas com o advento do Cristianismo, tornou-se possível o surgimento de uma adequada noção do conceito de pessoa humana, o qual veio a se tornar o mais basilar e profícuo dos pilares da construção da civilização ocidental. Não obstante, com a eclosão da Revolução Industrial, e a consolidação do Capitalismo como modo de produção, ocorreu um arrefecimento dessa noção. Por intermédio da utilização de máquinas, os industriais puderam produzir com muito mais velocidade e eficiência. A burguesia prosperou grandes fortunas foram construídas com imensa rapidez. No entanto, o processo também levou à miséria um imenso contingente de pessoas. Em decorrência de sua abundância e baixa qualificação, o operariado passou a ser largamente explorado e sujeitado a péssimas condições de vida e de trabalho pelos burgueses. Dessa situação de formação de dois universos sociais totalmente díspares, surgiu um natural conflito, que logo atingiria toda a sociedade mundial, à medida que o modelo industrial se disseminasse. Procurando ser uma luz em meio ao imenso caos, a Igreja Católica iniciou, então, a composição de uma série de Cartas, isto é, circulares destinadas a todos, com o objetivo de tratar da Questão Social. À Encíclica de Leão XIII, a primeira, viriam a unir-se muitas outras era a voz da Igreja, expressa na sabedoria dos Papas e assentada nos ensinamentos cristãos, procurando, perante seus respectivos contextos sociais, anunciar os procedimentos corretos e necessários à busca de um mundo mais humano. Ademais, marcadas por um portentoso conteúdo social, tais encíclicas têm contribuído imensamente para que, no decorrer do tempo