Sinopse
Publicado em fascículos, entre 1844 e 1846, "The Pencil of Nature" (O Lápis da Natureza), do inglês William Henry Fox-Talbot, não é um livro técnico. Apesar de trazer o relato do caminho percorrido pelo autor em sua busca de um processo fotográfico, não traz qualquer fórmula ou detalhamento dos procedimentos desenvolvidos pelo autor para fazer uma calotipia. Porém, isso não é de se estranhar, uma vez que Talbot, até o início da década seguinte, era o detentor da patente do processo, licenciando quem quisesse usá-lo, mediante o pagamento de royalties. "O Lápis da Natureza" não é só um livro com fotografias que deva ser tratado como uma curiosidade resultante da vaidade de seu autor. Talbot, antes de criar a calotipia, já era um matemático reconhecido e membro da Royal Academy; dessa forma, também não deve ser tratado somente como se fosse uma peça de marketing pessoal, ou de propaganda de um processo. História, registro, nacionalismo, polêmica, autopromoção, divulgação da invenção, pioneirismo editorial e também fracasso. Tudo isso está misturado em O lápis da natureza, cuja leitura de suas poucas páginas mostra parte do seu método de trabalho e da forma de pensar de um dos pioneiros da fotografia. Fabio Giorgi