Sinopse
Houve mão mais poderosa, dois pontos: de quem? Seria da Brava gente brasileira? Pois, afinal, segundo o próprio Hino, quem zomba dos grilhões que nos forjava da perfídia astuto ardil é o Brasil. [...] Mas quem é esse Brasil? O Brasil que se faz por meio do Imperador ou de qualquer outro equivalente funcional, para usar a expressão de Franz Neumann? O Brasil, como diria o poeta Carlos Drummond de Andrade, Tão majestoso, tão sem limites, tão despropositado? Ou é um povo heroico, cujo brado retumbante, mesmo após a proclamação da República, ainda se confundiria, no Hino Nacional, com o famoso, porém discutível, grito, de seu antigo Imperador, às margens plácidas do rio Ipiranga? A pergunta pelo Brasil, afinal, é uma questão de soberania, de identidade ou de constituição? [...] Para tanto, a presente obra também procura ensaiar, para além de um diálogo com toda a renovação historiográfica sobre o tema, uma pequena reflexão, embora preciosa, na forma de post scriptum, na linha de o que busquei chamar de uma filosofia crítica da história atenta para os desafios postos pela hermenêutica crítica da condição histórica, que procura contribuir para a reconstrução do processo de constitucionalização brasileira como aprendizagem social de longo prazo. - Marcelo Andrade Cattoni de Oliveira, Prefácio.