TRÊS VÉRTEBRAS E UM PRIMEIRO TESTAMENTO
Pedro Carrano
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Sinopse
Minha missão, aqui, é fazer um exercício de imaginação.Imagine, leitor, um ser vivo, alimentado de vida e poesia, mas também de morte e silêncio. um ser jovem, lúbrico, passional. Perambulando pelas cidades. Suas formas: interessam pouco, a não ser que tem três vértebras trincadas. Muitos são os seus pais, mas seu legado é, talvez, uma orfandade polígrafa. Pois bem. Este ser, leitor, é o livro que se encontra em suas mãos. Sobrevive como quem vai à guerra; as armas, seus próprios ossos. Daí o livro ser menos lógica que estética. Ou melhor: a arte do esteta irredento. Principia como um surreal (super real) homem comum. Depois, voeja com os literatos. termina explodindo no artefato inventado, que se rebela para desanuviar o conflito interno ao inventor. Nada mais nada menos que o atrito do mundo com tudo e com todos. Não desempenha papéis. Não atua. Age; mesmo que sob mil facetas. Ora sol, ora lua; ora barco, ora vento; ora fragmentos, ora o todo. Se a parte é maior que o todo, é porque o infinito chafurda tanto nas ações quanto nas estruturas. Polos estes bem avistados pelo ser de três vértebras. Dele dimana arte: artifícios, artigos, artesanias...O arsenal de Pedro Carrano é vasto. Mira o horizonte e visa folha por folha. Aqui, o trabalho: criação - o ser! E o ser grita, irrequieto, conjurado e juvenil. Pulsa. quer ver o amanhecer molotov. Vai, inexoravelmente, bebê-lo. Pronto para a batalha, consulta aqueles que dividem os mesmos medos e coragens - o povo. É fruto da história e do acaso, mas - a contragosto do engendrador - não deixa de ser, igualmente, do tempo cíclico e dos mapas precisos.Gostaria eu de quebrar sua quarta vértebra. Mas por ser apenas leitor, nem sei se ela existe. Contento-me, então, com um piparote na orelha deste ser. Ei-lo, Pedro.Ricardo Prestes Pazello.