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SETENTA

Henrique Schneider
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Sinopse
12 de junho, Dia dos Namorados. Para Raul, data do grande acidente. Rapaz acomodado, tímido, bancário, 25 anos, mora com a mãe no centro de Porto Alegre. Nessa noite está tristonho, sente falta da namorada que o deixou há uns meses. Decide ir ao cinema, depois quem sabe tomar uma cerveja... O ano é 1970. Raul não se interessa por política, não presta atenção. Sabe que o país é comandado pelos militares, viu nos jornais que duas semanadas antes houve uma tentativa de sequestro do cônsul americano.Mas são coisas que se passam em outra realidade, num mundo paralelo que não é o mesmo que ele frequenta. Até aquele 12 de junho. A caminho do cinema, Raul é confundido com um suspeito de participação no sequestro frustrado e é apreendido e levado para uma delegacia obscura. "Comunista de merda", é o refrão que passa a ouvir dali em diante. E seu corpo, percebe, transforma-se em um não-corpo. Já não lhe pertence. Está à mercê dos monstros que o detiveram. Na prisão, Raul é forçado a aprender a lógica do absurdo: embora nunca tenha praticado atos ilícitos, tem um ficha policial. Se não tiver, a ficha será inventada. Embora não tenha informações a dar, não há alternativa senão confessar. As máquinas de tortura são instrumentos quase triviais: soqueira, "maricota", pau de arara. São utilizadas quase com desleixo, como se fossem brinquedos. Motivos de diversão. Há até um especialista, que ensina os novatos como elas são mais eficazes. Nove dias depois, em 21 de junho, quando o verdadeiro procurado é preso, Raul é libertado. Com Roberto Carlos tocando no rádio do carro, os policiais largam o prisioneiro numa ruazinha deserta. Ao sol, ofuscando com a luz, Raul reconhece que a partir de agora o medo o acompanhará. Será controlado, vigiado, preso outra vez, maltratado? Essa dúvida viverá dentro dele o tempo todo. E na mesma ocasião se dá conta do significado quase doloroso da palavra "liberdade". 21 de junho é ainda o dia da grande final da Copa do Mundo em que o Brasil venceu a Itália por 4x1, enchendo o país de alegria e ufanismo. A ditadura militar se estendeu de 1964 a 1985. Nesse período, 434 pessoas morreram ou desapareceram por razões políticas. - Heloísa Jahn.

Categoria
Editora Biblioteca Pública do Paraná
ISBN-13 9788566382259
ISBN 8566382250
Edição 1 / 2017
Idioma Português
Páginas 159
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