Sinopse
“[…]Nos anos 1990, apesar de benesses tecnológicas como celulares do tamanho de tijolos e salas de bate-papo na internet (“algm qr tc?”), que tanto melhoraram as comunicações, o incrível conteúdo de nossas calcinhas ainda carecia de termos satisfatórios. Era comum dizer “perseguida”. Creio que o termo entrou em extinção ao mesmo tempo que os blazers de grandes ombreiras, peças de vestuário confeccionadas em vinil e quantidades industriais de gel no cabelo.Ainda na um tanto ingênua década de 1990, só as mais boquirrotas diziam buceta. Elas e os meus primos da Z3. Estou fazendo um esforço, porém não me lembro de ninguém dizendo xoxota em território pelotense até os anos 2000. Terá vindo de carona com a leva dos estudantes que aqui aterrissaram por causa do Enem? (Obrigada por tudo que você fez pela cidade, Enem.)Pulemos feito superpererecas pra 2016, e estamos aqui reunidas nessa cidade mágica chamada Pelotas, num lugar mui aconchegante chamado Las Vulvas, desenhando xoxotas, escrevendo sobre bucetas. As nossas. Acho uma evolução chamá-las assim. A perereca fica parecendo sei lá, um dinossauro em comparação.Escrever é uma maneira de descobrir o que a gente pensa, desenhar nos ajuda a ver. E ultimamente estamos vendo bucetas em tudo. É só ficar quieta olhando que elas aparecem. Nas casas, nos monumentos. Atirando pedras nos carros, acabando com o patriarcado. (Beijo, Lady Incentivo!) Este zine foi, antes de mais nada, uma desculpa para beber quentão juntas no frio deste inverno.É uma celebração das nossas xoxotas.Uma grande siririca lírica.