Sinopse
No romance O Coruja, Aluísio Azevedo realiza uma análise psicológica dos personagens, influenciado por uma forte herança do maniqueísmo romântico. Os protagonistas, André (o Coruja) e Teobaldo, são amigos desde os tempos de colégio interno. Os dois seguiram caminhos paralelos, mas em sentido contrário. Vivem sob o signo da complementaridade. Falta a um o que sobra no outro. São essencialmente infelizes, na medida em que se fecham em suas experiências existenciais e nada aprendem da convivência recíproca. Sobrevivem se estão constantemente juntos. O Coruja é idealista, ingênuo, inofensivo e soturno. Teobaldo é seu oposto (não o seu contrário). Teobaldo não consegue amar; o Coruja não consegue ser amado. Teobaldo chega a ministro, desiludido consigo mesmo. Ao Coruja resta a solidão que, como uma sombra, o acompanha desde a infância de órfão desvalido.