O QUE ME RESTOU

SINOPSE: O poema é uma autobiografia velada. Na poesia de Caroline Larroque, contudo, a biografia não pretende se esconder; pelo contrário, a ideia é justamente mostrar-se. E se mostra com a maestria e a experiência de quem já viveu muitas vidas. Eu queria ser capaz pessoalmente de dizer ao que eu sobrevivi, mas me faltam talento e coragem. E essa é a diferença entre mim e a autora. Ela é capaz. Disso e de mais. Muito mais. Esta obra implica na busca pela identidade, ao passo que vai descobrindo, aos poucos, que essa identidade não se encontra, constrói-se. Nos versos rimados e nas rimas não existentes, a gente pressente a dor e a realidade do que vem. Então, há rimas dançando no poema ritmado, quase alegre. Mas já sabemos que não se trata daquilo. A poesia se mostra logo de início, mas de maneira dúbia, só indícios. Resta ao leitor desvendar. Este não é um livro de poesia. É uma autobiografia velada. Que de escondida não tem nada. [Por Léo Ottesen]