Sinopse
Então, peraí: um homem gay e uma mulher lésbica podem, juntos, adotar e criar uma filha? Não, eles não estão apaixonados! Mas, sim, claro que se amam
É disso que as famílias vivem, não é? Amor? Amar é estar, mas e se estar não for suficiente? Porque também tem a filha do outro casamento, e a história prévia, e os casos paralelos, e os desejos
Olha, para entender tudo isso, só reconstruindo o tempo. Não o nosso, né? O tempo deles. Porque famílias - e amores - têm seu próprio tempo...Pervertidos, segundo romance de Sabine Mendes Moura, reconstrói o tempo, pervertendo-o. A princípio nos sentimos perdidos, pois o fio narrativo é fragmentado pela memória, que irrompe, como na vida. Afinal de contas quem vive realmente um tempo linear? Somos com frequência assaltados por lembranças, que não nos deixam agir como autômatos. O tempo, sucessivamente dilatado e contraído, por meio da memória, faz de nós o que somos: um bloco de afetos.E, por serem blocos de afetos, nos interessamos por Gabriela, Rafael, Bia e Clarissa, personagens de Pervertidos, e queremos decifrá-los, saber para onde vão, o que se passa e o que se passou, até percebermos que suas memórias permitem recolher e (re)construir vestígios de vivências em múltiplas interpretações.