MAR AZUL BLÅG SEI

No ano em que se comemora os 150 anos da chegada dos primeiros imigrantes pomeranos ao Espírito Santo a presente obra simboliza, através de seu empenho artístico e intelectual, a reafirmação dos valores culturais da origem pomerana do autor, Celso Kalk, que completaria 31 anos em 28 de junho de 2009. Exatamente na data comemorativa da chegada do primeiro grupo de pomeranos ao Espírito Santo. Celso, quando criança, morou na casa dos avós paternos onde desenvolveu um grande afeto pelo avô Frederico Kalk (carinhosamente chamado por ele de Fåter Fritz). Esse avô foi o grande incentivador do poeta e o transmissor direto da ancestralidade cultural pomerana para o neto (uma cultura camponesa, típica da costa do Mar Báltico), e influenciou decisivamente na firmação do caráter e do imaginário do poeta. Nesse sentido, os poemas presentes nesse livro retomam, como num ritual de iniciação, os símbolos mais sagrados da cultura camponesa arraigada, ainda hoje, na maioria dos descentes, a despeito de todo o processo de urbanização que vem sofrendo as ditas minorias étnicas” ao longo das últimas décadas em território capixaba. Num momento histórico em que a valorização da identidade de um povo é discutida e socializada de forma intensa no Espírito Santo, os escritos de Celso Kalk vêm, em boa hora, colorir seus matizes bálticos os versos contidos neste livro. Por isso a presença de Mar Azul é metafórico de uma Pomerânia ancestral (com traços peculiares dos povos eslavos que colonizaram a região) que ainda permanece viva na memória do poeta, pois esse oceano primordial permeia como uma brisa marinha todos os textos criados por ele.