NUA DE VERDADE

Viver a vida nua e crua é um desafio existencial de ser alguém no mundo, é uma angústia, pois conciliar as necessidades da própria personalidade com os exigentes discursos da sociedade é uma tarefa de sobrevivência. A tarefa do vir-a-ser, do não-ser-isso, do não aceitar isso, do não gostar disso, diante do oposto desejo do Outro comumente traz um sofrimento psicológico ao mesmo que tempo que um sinal comum, um deles ficar com o rosto vermelho, um verdadeiro detector de mentiras, ou das verdades.É humana a impossibilidade de comunicar toda verdade sobre si mesmo, seja pela falta de palavras ou pela estranha relação estabelecida entre o próprio desejo e o desejo de ser desejado. Isso impele ao sujeito a fuga pela criação de fantasias, um entendimento paralelo da realidade sobre real que cria uma forma mais leve na relação, suaviza e convivência quando encontramos as diferenças. Neste caso, esta fantasia é a MENTIRA.Mentira para apaziguar a relação, mentira para conciliar o próprio entre o ideal do eu e do eu ideal. Mentir para sobre quem não somos para nos aceitar, mesmo que temporariamente ou com em pequenas poções, mas sempre mentiras para alguém. Então como seria a vida sem a mentira nossa-de-cada-dia? E se não pudéssemos mentir? Se fossemos apenas obrigados a falar a verdade?