Sinopse
    
      Este é um livro desconcertante.Não se situa em nenhum gênero conhecido, nem tampouco procura situar-se. Escreveu-o o autor sem qualquer plano preconcebido  no ônibus, nos cafés mais infectos, até no meio da rua  pelo prazer único de conversar consigo mesmo, já que lhe faltavam confidentes com os quais pudesse trocar idéias ou simplesmente combater o próprio tédio.Se resultou num livro triste apesar de tudo, não terá sido certamente por culpa do autor, que nele usou e abusou do direito de ironizar a vida, os outros e sobretudo a si mesmo, com uma audácia que não será muito comum nestes tempos de evasivas, de reticências e de hesitações. O humour  por vezes cáustico e impiedoso  foi a única norma que se impôs o autor nesse tête-à-tête personalíssimo a que se viu forçado numa cidade de quase três milhões de habitantes (sem contar os fantasmas) o que não impediu que muitas de suas páginas descambassem para o lirismo mais puro ou para a jeremiada mais inconsequente, como de resto ocorre a todo espírito que se vê entregue à própria sorte e se põe a imaginar o que poderia ser a vida se não fôsse o que é e há de ser eternamente, enquanto durar o mundo.Irmãos Pongetti Editôres  Rio de Janeiro