Sinopse
Por Érico Firmo - jornalista A História sobre a qual escreve Airton de Farias não é a mesma que se costuma encontrar em livros escolares. Nestas páginas, não há um desfile de datas a memorizar ou personagens de monumentos e bustos mal cuidados em pra ças. Não que estejam excluídos da narrativa. Pelo contrário, é ricamente vasculhada a trajetória de pessoas que hoje, para muitos, são apenas nomes de ruas. Mas é uma História que vai muito além. Viva, pulsante, palpável, feita por gente comum, para além das decisões dos gabinetes do poder. Ao mesmo tempo, é uma abordagem extremamente política, crítica. Sem perder o rigor, rejeita o afastamento asséptico do olhar que se pretende externo. Expõe estruturas de poder, as grandes negociatas e os inte resses que conduziram os governantes. O autor analisa episódios e conflitos que formaram o Estado. A história urbana, que explica a supremacia de Fortaleza sobre o Interior. Uma história das secas como traço crucial para falar sobre o cearense. E da explosiva mistura entre sertão e violência presente no cangaço, personificado em Lampião e Maria Bonita. O ponto de partida de Airton de Farias já rompe com os marcos tradicionais. A História contada por ele não começa com a chegada dos europeus. Ele recorre a vestígios arqueológicos para remontar aos primeiros habitantes do que hoje é o Ceará, milênios antes de Cristo. E chega até a atualidade vívida, do ciclo de Cid Gomes e do embate entre Camilo Santana e Eunício Oliveira pelo governo.