Sinopse
A propagada crise do Judiciário tem impulsionado
políticas para promoção da conciliação e mediação
de disputas, o que se tornou ainda mais evidente
com a promulgação do Código de Processo Civil e
da Lei de Mediação, em 2015. Foram consolidados,
nesse contexto, instrumentos processuais de
julgamento de casos considerados repetitivos, ou
seja, de demandas e recursos envolvendo questões
de fato e/ou de direito similares. Há uma realidade
ainda pouco explorada, contudo, que é a do uso
da mediação e da conciliação judiciais justamente
em casos repetitivos, como ações de cobrança de
débitos bancários, ações de indenização contra
companhias telefônicas, execuções fiscais, ações
previdenciárias, etc. A presente obra se debruça
sobre esse tema para questionar como as características dessa litigiosidade repetitiva influencia as
práticas e o desenho dos programas de conciliação e
a mediação judicial, tendo em vista, especialmente,
o desequilíbrio informacional e de recursos tipicamente existente entre grandes litigantes (Poder
Público, instituições financeiras, telefonia, seguros,
varejo, etc.) e indivíduos nesses casos.