Sinopse
Este é um livro que nasceu clássico. Memórias de infância por um lado, memórias de escritores por outro, dois gêneros bem assentados em nosso paÃs bem como pelo planeta afora, nada tem de ambÃguo, antes de duplo. O olhar da menina, assim lindamente n omeada, vai organizando e decifrando o mundo a partir da casa, focalizando o entorno, os vizinhos, a malta dos pequenos, os visitantes. E se volta da infância para trás, perscrutando o passado tal como se apresenta à s crianças, encarnado nos mais vel hos: os pais, os tios, os avós, e os casos que contam. A teia vai compondo o universo em que a menina se move. A prosa apurada, que evita o clichê mas incorpora o coloquial, revela-se cheia de sábias escolhas. Quem escreve é um adulto, sopesando, dis criminando, ponderando. Podam-se com rigor os nomes próprios, o que alivia o texto e evita o cunho de almanaque. Os â??podresâ? são narrados com graça. A vida deste tomboy franzino mas forte, os cabelos cortados, sempre de macacão, é cheia de traquinage ns e peripécias. Delineiam-se os perfis de um pai e uma mãe marcantes, nem é preciso dizer, mas igualmente os de muitos outros figurantes. O leitor fica com pena quando o livro acaba e nada mais acontece a partir da infância da menina, cujo olhar apr endeu a emular, sendo doloroso despregar-se dele. E depois? fica-se perguntando. Será que as aventuras posteriores seriam menos interessantes? Não, com certeza, na pena desta escritora.