PARTITURA DEL TIEMPO
Kori Bolivia
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Sinopse
Se para Fernando Pessoa todas as cartas de amor são ridículas, para nós, de sangue quente, lusitano, latino-americano, miscigenado e apaixonado, todos os poemas de amor são legítimos, tocantes, dilacerantes. O amor de que fala Kori Bolivia em sua “Partitura do tempo” atravessa cinquenta anos de paixão e distância, de lembrança e saudade, de esperança e desespero.
Cada poema, cada suspiro, cada declaração dessa poeta brasileira-boliviana conta a história de um amor impossível, abortado, por isso possui o condão de falar ao coração do leitor, pelo desnudamento sentimental que os versos representam. São todos de uma entrega absoluta, despudoramente líricos, desavergonhadamente românticos, na contramão de um tempo em que falar de amor pode soar como alienação ou covardia.
Não é. Falar de amor hoje, aqui e agora, é resistência, é autoexílio na sobrevivência possível. Já dizia o poeta Paulo César Pinheiro: o importante é que a nossa emoção sobreviva. Por isso, hoje, aqui e agora, é preciso falar de amor e escrever poemas de amor. Com a palavra certeira e a emoção verdadeira, como o faz Kori Bolivia.
Clara Arreguy é jornalista, escritora e editora