Sinopse
As necessidades econômicas e políticas hoje no Brasil de sucessivas construções/ampliações de aeroportos parecem, por um lado, exemplificar bem a revisão reflexiva, apontada por Anthony Giddens das maneiras como as práticas sociais constantemente reexaminadas na chamada modernidade e de como os deslocamentos contemporâneos são provocados. Por outro lado, no entanto, em áreas próximas a aeroportos no Brasil, como no caso ilustrativo do Aeroporto de Fortaleza, parece ocorrer uma combinação singular entre práticas culturais em constante conflito, relativizando a maneira como a "reflexividade moderna" é experimentada. Em contextos determinados, onde os processos de deslocamento global/local se concretizam, espaços destinados a servir de passagens para grupos em trânsito podem se tornar referência para práticas sociais de segmentos não envolvidos diretamente no desenvolvimento desses processos, embora podendo ser afetados por eles. Ao tomá-los como significativos, esses atores se reapropriam desses espaços por meio do uso, contribuindo assim para repolitizar a produção do espaço urbano.