HISTORIAS SEM DONO

Tendo como ponto de partida em todas as histórias 'um fato concreto, um dado de realidade, em torno do qual se construiu o imaginário', Max Araripe mostra ao público seu lado ficcionista em 'Histórias Sem Dono'. A coletânea de contos, que combina realidade e fantasia onde prevalecem os sentimentos comuns, sem heroísmos nem vilanias, tem como personagens seres humanos comuns, que poderiam muito bem ser o vizinho de porta ou um colega de trabalho do leitor. Sem descuidar da norma culta da língua, o autor prima pela linguagem cuidada e bem-humorada, o que torna sua narrativa elegante e prazerosa. Essa busca pelo cotidiano já havia se revelado no livro anterior de Max Araripe, 'Linguagem Sobre Sexo no Brasil.' No livro, o autor foi buscar em textos tão diversos como a Carta de Caminha, obras de escritores consagrados ou notícias de jornal o material para uma análise sobre a linguagem sexual brasileira no contexto de nossa história social. E, passando ao largo de um academicismo, construiu um texto leve e fluente.