JUCA E JOYCE MEMORIAS DA NETA

O nascimento da neta Joyce, em 1930, traria um sopro de renovação à vida de Monteiro Lobato, estimulando-o a dedicar-se de corpo e alma à literatura infantil. Muito próxima do escritor, a menina travessa e curiosa foi ouvinte privilegiada das histórias que ele ia criando. Suas idéias mirabolantes e palpites engraçados eram, muitas vezes, incorporados aos textos do avô, carinhosamente chamado de Juca. Essa convivência estreita fez da neta a guardiã da memória da família. Registrados em longas horas de bate-papo descontraído, os depoimentos de Joyce revelam aspectos desconhecidos de Lobato. Descobrimos seus pratos prediletos, as leituras de cabeceira, os filmes, os artistas e os programas de rádio que mais apreciava. Com igual riqueza de detalhes, esclarece a gênese dos habitantes do Sítio do Picapau Amarelo, ao estabelecer nexos entre Dona Benta, Tia Nastácia, Pedrinho, Narizinho com a roda de relações do escritor. Um conjunto de imagens, muitas das quais inéditas, aproxima ainda mais o leitor do universo lobatiano.