Sinopse
O pendulo dos sertoesSe eu estivesse no seminario referido pelo narrador logo na abertura deste livro, teria concordado com o ultimo palestrante. Depois de Euclides da Cunha, Mario Vargas Llosa, Walnice Nogueira Galvao, Edmundo Moniz, Ataliba Nogueira, Jose Calazans, Roberto Ventura, autores, livros, ensaios e artigos da imprensa, Canudos era um tema exaurido.Mas Aleilton Fonseca traz uma indagacao instigante, colocada na mente inquieta do professor-narrador deste O pendulo de Euclides. Para discordar de que o conhecimento e a literatura sobre a Guerra de Canudos e seus personagens estejam completos e concluidos, ele se pergunta: &ldquo,E as vozes do sertao? O que elas tem a dizer?&rdquo,Tres homens que mal se conhecem, unidos no interesse intelectual e sentimental pela tragedia canudense e na admiracao incontida por Euclides da Cunha, partem descontraidos e curiosos para uma curta viagem ao sertao do rio Vaza-Barris, em busca de aventura, divertimento e aprendizado. Um deles encontra a si mesmo.Creio que Aleilton Fonseca tambem se encontrou como escritor &mdash, com as anotacoes descritivas, que revelam sua arguta percepcao do universo sertanejo, com seus dialogos ensaisticos, que atestam a seguranca dissertativa de conceitos e argumentos, e com uma narrativa engenhosa, que encontra vazao no prumo da arte ficcional.Acima de tudo, Aleilton Fonseca acerta em cheio. Na diccao literaria, pelo dominio da linguagem: ritmo, expressao e composicao, do erudito ao popular, do reflexivo ao emotivo, do discursivo ao lirico. E no campo retorico, pela clareza de ideias, pela congruencia entre valores e conteudos, pela pertinencia dos sentidos e motivacoes.Este livro vem preencher uma lacuna. A Guerra de Canudos continua. A luta do sertao ainda sangra. O sertanejo ainda e um forte. Nada esta encerrado e pacificado. A escritura da guerra nao esta completa. Nao sem antes ouvirmos o que tem a dizer Aleilton Fonseca. Nao sem pararmos para escutar a voz que vem dos sertoes.Luis Antonio Cajazeira Ramos, poeta