O INFERNO DE ZARAGOZA

José Zaragoza, nascido em Alicante, Espanha, em 1930, tornou-se inquestionavelmente brasileiro, desde 1952, quando fugiu da Espanha, em função da ditadura de Franco. Publicitário de elite no efervescente mercado nacional, juntamente com Duailibi e Petit formaram a DPZ, uma das maiores e relevantes empresas de publicidade do Brasil. Além de publicitário, Zaragoza tem tido significativa carreira como artista plástico. Já participou de três Bienais de São Paulo, da 2ª Bienal de Havana, em Cuba, e do 2° Prêmio Probel, no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Fez exposições em Paris, Nova York, Barcelona, Madri, Roma, Lisboa, Londres, Haia, Ludwigshafen (Alemanha) e em Tóquio e Shizuoka (Japão). Expôs nas mais importantes cidades brasileiras, totalizando 59 exposições. Em 1999, realizou um longa-metragem sobre São Paulo, “Até que a vida nos separe”. José Zaragoza faz parte da diretoria do Museu de Arte Moderna de São Paulo e da Sociedade de Cultura Artística. Neste livro, O Inferno de Zaragoza, o artista apresenta uma coletânea de obras eróticas que, para serem apreciadas, é necessário se “despir” de todo e qualquer preconceito. Os primeiros esboços nasceram quando Zaragoza estava sentado num café em Paris a observar as pessoas que por ali passavam. Ali mesmo, num guardanapo de papel, foram criados os primeiros rascunhos. Inspirado no Portal do Inferno, de Godin (que estava a alguns metros do café) e no Inferno, da Divina Comédia, de Dante, as figuras capturadas por Zaragoza se transformam em expressão máxima do desejo pleno e realizado, por mais constrangimento que, a princípio, esta descoberta venha a causar. É este o inferno, que é o prazer dos outros, do outro, do desconhecido, daqueles que virão, predestinados que somos, a vivenciar as mesmas angústias e os mesmos prazeres do sexo.