AUTO DA BARCA DO INFERNO, FARSA DE INES PEREIRA E AUTO DA INDIA
Gil Vicente
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Sinopse
Juízes corruptos, padres libertinos, negociantes desonestos, homens machistas, cônjuges adúlteros. Personagens tão comuns ao nosso tempo e que já faziam parte da obra de Gil Vicente, escrita no século XVI.
No "Auto da barca do inferno", uma sátira social: todos querem o céu, mas poucos merecem o destino. Na "Farsa de Inês Pereira", ironiza-se a ambição e a conveniência que cercam os casamentos. No "Auto da Índia", uma crítica à infidelidade conjugal. Em todos os textos, grande engenho e bom humor inconfundíveis.
SOBRE A OBRA DA CAPA:
Obra: Azulejaria de cozinha com caças variadas, 1995.
Tinta a óleo sobre tela, 140 x 160 cm. Coleção particular.
Em sua obra, Adriana Varejão resgata a arte portuguesa de trabalhar com azulejos e representar neles o teatro da vida. Essa recuperação da técnica artística traz para a tela temas históricos comuns ao teatro de Gil Vicente: os embates entre corpo e espírito, o amor virginal e a usura capitalista, os símbolos e martírios da religião católica e o desenvolvimento da ciência e da arte. Nesta tela, tudo isso se traduz na mistura de partes do corpo humano recompostas com fragmentos de animais e exibidas em meio a um mosaico de azulejos azuis e brancos com motivos da fauna e flora, por sua vez desemparelhados, rachados e imperfeitos.
Artista: Adriana Varejão (Rio de Janeiro, RJ, 1964) descobriu-se artista ao ingressar na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro. Sua obra dialoga com as tradições da azulejaria e da pintura colonial brasileira, mas sempre com toques de estranhamento (como pedaços de carne, rupturas na tela, elementos arquitetônicos). Seu trabalho está exposto em conceituados museus do mundo e ganhou um pavilhão no Centro de Arte Contemporânea Inhotim, em Brumadinho (MG).