SAÚDE, TRABALHO E AMBIENTE: PRÁXIS EMANCIPATÓRIAS, LUTAS E RESISTÊNCIAS FRENTE AO AGRONEGÓCIO NA CHAPADA DO APODI/CEARÁ

Escrito como dissertação de mestrado em Saúde Pública na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), o livro analisa os pressupostos teórico-metodológicos e sócio-políticos da pesquisa “Estudo epidemiológico da população do baixo Jaguaribe exposta à contaminação ambiental em área de uso de agrotóxicos”, realizada pelo núcleo TRAMAS entre 2007 e 2010. Analisando a referida pesquisa e apoiando-se em concepções e aportes epistemológicos complexos e críticos, o autor busca “romper com o referencial rígido das certezas e simplificações advindas do paradigma moderno de ciência” e se aventura na busca e elaboração de um “novo modo de produção de conhecimento”: complexo, transdisciplinar, acadêmico-popular, socialmente comprometido, incompleto e aberto. Marcelo Ferreira se propõe, aqui, analisar e apresentar uma experiência epistêmica “em que o saber popular agrega-se ao saber científico; em que os objetos de cunho teórico são transpassados por objetivos sociais e apropriados por sujeitos históricos que participam da produção do conhecimento, ao tempo em que dele se nutrem e o multiplicam”. Desta forma, ele contribui tanto na construção de um conhecimento teoricamente consequente e sócio-ambientalmente responsável, quanto no fortalecimento de processos sócio-políticos de emancipação humana; contribui diretamente com a produção do conhecimento (aporte epistemológico) e indiretamente com a resistência e as lutas populares (aporte sócio-politico); contribui, em última instancia, com o “fortalecimento de uma (cons)ciência emancipadora”.