Sinopse
Edilson trilha as perspectivas filosóficas negras africanas na direção de outros pesquisadores brasileiros – ainda poucos − que pesquisam e escrevem sobre o “jeito negro de estar no mundo”. Dentre os poucos, citamos Eduardo de Oliveira, na obra Cosmovisão africana no Brasil; Muniz Sodré, em Pensar Nagô e O Terreiro e a Cidade. Numa época em que se busca pensar academicamente a partir de outras epistemologias, como sugere Boa Ventura Sousa Santos, a obra do professor Edilson Fernandes de Souza veio em boa hora. Numa perspectiva interdisciplinar ela será uma excelente ferramenta para quem pretende olhar a cultura afro-brasileira, no caso específico o samba, para além do “folclore”, para além do lúdico; como uma forma de estar no mundo (habitus). Permitam-me os leitores uma última consideração sobre a obra, mais especificamente acerca do seu título. Em nossa opinião, o autor foi muito feliz ao “batizar” seu livro como: Ensaios da civilização no samba. Entendo ensaio não como mera repetição, mas como oportunidade de criação, de subjetivação no fazer-se. Um processo artesanal, quando a repetição é apenas aparente, pois, cada experiência abre possibilidades para novas criações. Prof. Dr. José Bento Rosa da Silva