BLAISE PASCAL: O CANIÇO PENSANTE

[...] O exemplo da vida e da obra de Blaise Pascal, em vários domínios do conhecimento, é sem dúvida de muito trabalho, entrega, submissão e superação constante desde a sua infância. O que ele tinha de inteligente, tinha de enfermo, a debilidade física era compensada com a máxima energia vital, o que martirizava seu corpo débil, fortalecia e mantinha seu espírito forte e criativo, esbanjando sabedoria e inteligência. Como qualquer outro homem, experimentou todos os extremos que a vida lhe proporcionou até descobrir que a paz que sua alma precisava não se encontrava no tumulto da vida mundana, mas na serenidade, no recolhimento e na tranquilidade, ou seja, no repouso. Estado que ele só conseguiu graças ao desejo de fugir do mundo e de todas as tentações e distrações presentes na sociedade parisiense do seu tempo. Mas, logo percebeu que nada era mais insuportável ao homem do que estar em pleno repouso, sem paixões, sem afazeres, sem divertimento, sem aplicação [...].