A COESIA DAS COISAS
Zefere
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Sinopse
"Duas ou três coisas que eu sei dele. Dele - não do poeta, mas do poema. Desse objeto sobre as coisas que vão passando e ficando como um efeito - o da poesia. A cada página - uma violação - do sujeito e do objeto - Ah! As sensações , o movimento dos corpos e das coisas sobre o mundo para o acontecer do poema de uma poeta chamado Zéfere.Espero no ponto urna palavra ônibus.O ponto não traz a palavra que espero;o ponto me espera, em minha companhia.Espero no ponto a palavra - valiseque, ao pé dos meus pés, ou na ponta da língua,espera por ela, ela mesma já com ela.Espero no ponto o ponto que se esperafinal à palavra, à valise ou ao ônibus.Espero no ponto; e, enquanto espero, aquelo:não escrevo nem penso, e nem creio que aquelo...Aquelo; e pouquíssimo sei o que aquelo:ou isto ou aquilo... ou aquelo é aquela?aquele? aqueloutro? (aquelo?) aquilo? a quilo?Só sei é de nada; e muito desconfio...:que este seinão, que tão tamanho aquelo,poesia não seja, nem prosa nem verso;e mesmo si métrica seja, esta prosa,até nem palavra, assim, seja ou amém.Do ponto eu aquelo a espera que me espera,pel'aquele ponto igual ao tal no qual,à espera, a palavra em si se desespera.Espero no ponto uma palavra - ônibusque, leve, me leve pr'além da palavra valise ou final, pr'além-longe, aQuém(?)-mim(?).Tanta espera espero...; e, entanto, aquelo o que(?)nos aquela, e espera,a coesia das coisas.