A FÚRIA DO VENTO

A fúria do vento é um romance que “aborda questões da atualidade, discute problemas sociopsicológicos e político-filosóficos, e a revolta de jovens que, de certa forma, representam a juventude inquieta e desorientada, com perspectivas sombrias de um futuro incerto. Uma luta corporal entre dois rapazes, a prisão, o interrogatório de policiais violentos, a tortura do espancamento, um velho professor idealista, um roubo a um banco, entre outros ingredientes, constituem a trama deste romance em que se encontram aforismos e pensamentos a cada página, como este, por exemplo, do capítulo XIX, aleatoriamente colhido: ‘O sentimento de patriotismo evoluiu desde a veneração de uma pátria para a solidariedade internacional de uma classe.’ A parte mais comovente deste romance é o episódio da boneca e do carrinho, que o narrador comprou para uma pobre mãe que namorava da rua, diante da vitrine da loja, os brinquedos que não podia adquirir para o casal de filhos que a acompanhava. Infelizmente, o narrador não pôde entregar-lhe os presentes que havia comprado porque perdera de vista a mulher e as crianças.” (José Augusto Carvalho)