Sinopse
É aquela que possibilita ao indivíduo uma condição de abertura ao acontecer da vida, ao conhecimento de si próprio, num exercício diário de desvendamento, no qual o Self,/strong> realiza-se através do fluir das transformações desconhecidas, não conduzidas pelo desejo ou pela razão.
A primeira autobiografia escrita pela psicanalista Marion Milner (1900-1998), integrante do chamado Middle Group,, servirá de fio condutor para a criação do modelo de transformação do self que ocorre na vida adulta, feito por Alida e composto de quatro movimento (ou posturas existenciais básicas).
Em cada um deles, a autora utiliza-se de trechos do diário, poesias de diversos autores (e da própria Alida), envolvendo o leitor na atmosfera peculiar destes modos de viver e pensar as experiências.
O primeiro movimento interpretado no livro é o da atitude existencial de aprisionamento ao mundo dos signos convencionais, descrito na autobiografia como início de seu percurso, e é marcado pela sensação de futilidade, por um viver descolorido e sem significação.
Vemo-la enclausurada em rígidos conceitos sobre como deve ser uma adulta razoavelmente normal e bem-sucedida e como foi preciso derrubar o edifício representacional que dava suporte à sua própria identidade, construído de crenças e valores que não foram constituídos por suas experiências pessoais ou atuais.
Em meio a um período doloroso, marcado pelo caminhar perdido nos escombros da cidade da razão, Milner surpreende-se com indícios de nascimento de capacidades pessoais desconhecidas. Suas descrições configuram um movimento psíquico amplo, que é entendido por Alida como a Ressurreição do Self autêntico (que se encontrava em estado de enrijecimento, mineralizado pelo uso contínuo de manobras defensivas), o que se possibilitará a ocorrência de vivências vitalizadas em todos os níveis de seu ser, carregadas agora de valorização pessoal, indicando assim a ocorrência de um processo de transformação em sua relação objetal com a própria vida.