A SINCRONICIDADE, A ALMA E A CIÊNCIA

A sincronicidade, teoria dos acontecimentos significantes e concepção de uma ordem subjacente ao universo que escapa às leis da causalidade clássica, representa uma das mais audaciosas hipóteses de Jung tanto pela sua inovadora definição do inconsciente como pelas pontes que estabelece com disciplinas como a Física Quântica e a Biologia. Visões, coincidências fortuitas, acontecimentos singulares que se revelam determinantes: fenômenos aparentemente inexplicáveis em termos racionais ou que surgem nas margens da investigação científica são integrados juntamente com os avanços mais recentes da ciência moderna numa teoria que tanto vai beber às fontes da filosofia de Leibniz como a Paracelso ou a Yi King, constituindo uma síntese original e fascinante. É sobre esta temática que refletem psicólogos como M. L. von Franz e P. Solié, um astrofísico como H. Reeves, um biólogo como H. Etter, um neurofisiologista como K. Pribram e um filósofo como M. Cazenave. A abordagem multidisciplinar garante uma abertura de horizontes e dela resulta uma reflexão plena de atualidade sobre questões como a organização do universo, o lugar que o homem ocupa nele e o sentido de falar em realidade da alma.