Sinopse
    
      O QUE CHAMO DE VIDA ESCRITA é a unidade entre escrever e viver e  vice-versa, pois a escrita se faz por traços de memória marcados,  rasurados ou recriados, no tremor ou firmeza das mãos, no pulsar do  sangue que faz bater o coração na ponta dos dedos, na superfície das  páginas, da tela, da pedra, e onde se possam fazer traços, mesmo naquilo  que resta dos traços, naquilo que não se lê, o que se torna letra, som  ou sulco, marcas dessa escavação penosa que fazemos no real.  A escrita é júbilo ou maldição, se nos deixa submetidos a ela,  como revelam muitos escritores que falam várias vezes dessa compulsão  de escrever que pode ser um esforço no sentido de inventar-se, de fazer  um ato de nascimento, de fazer um eixo no mundo, em suas vidas,  em sua dor, no lugar de uma perda, seja ela uma voz perdida, um  amor real ou imaginado. Um lugar no coração, na mão, nos lábios  marcados por um beijo nunca mais repetido. - A autora