Sinopse
Cada verso dos poemas de Ave, Eva! Ecce Homo nos prepara para grandes acontecimentos. Feito teoria da conspiração de sentimentos, somos impelidos a abraçar nossas contradições e a nos aprontar para mostrar novos quereres. Abismei velhas teoriasDesenfreados e ofegantes como uma realidade que adora ostentar desobediências, os poemas do Maiky nos arregalam os olhos e transformam o sentir num ato sagrado. Eu li e conjurei: quero ir com eles e, de olhos e coração arregalados, experimentá-los como gosto de baba de moça.Repetidamente, os versos contidos aqui desenham paisagens íntimas que escorrem pele afora. Os sinais são muito evidentes, pois os sentidos começam a fazer sentido. Dá para reescrever escritos sagrados e redesenhar mitos com os poemas. O medo de encontrar portas trancadas com anúncios de notícias tristes dá lugar a um levante de sopro e fúria. eu volto a usar canecas de alumínioe quebro um por um os copos de vidroAbrindo as gavetas de realidades guardadas nestes poemas, me deparo com essa vontade de rompantes, conversas sinceras e embates como resultado de uma experiência de imersão em mim mesmo. Adoro a possibilidade de um agora sem dor e sem ruídos como quem não se sente mais sozinho em um mar de interrogações. É loucura, eu sei, mas os poemas deste livro me incluem numa grande conspiração junto às minhas incertezas.É possível dizer também que, nestas páginas, estão contidas uma coleção de pequenas epifanias espalhadas em nós mesmos. Já se permitiu uma coleção assim? Foi tão bom percorrer as linhas e entrelinhas do Maiky Silva que sinto irradiando um pequeno chuveiro de chispas para dentro do meu corpo, tentando tocar fragmentos e reunir minha história num único enredo: sincero, raro, meu, de fato.Devo nomear? Ou apenas sentir?(Wolney Fernandes)