Sinopse
A Ciência é bem-sucedida? Será que existe apenas uma única Visão de Mundo Científica? Essas são algumas perguntas que o leitor encontrará nesta obra, fruto de um ciclo de conferências que Paul Feyerabend proferiu, em 1992, na Universidade de Trento, Itália. Em síntese, as Lezioni trentine de Feyerabend caracterizam a existência de uma entidade ou instituição unitária, coesa e harmônica A Ciência como um mito reducionista. Enquanto práxis, as ciências seriam um monstrum: um agregado heterogêneo, fragmentado e conflituoso de métodos, abordagens, tradições de pensamento, tendências epistêmicas, etc. O físico e filósofo austríaco também argumenta que os produtos da ideologia da Visão Visão de Mundo Científica não são universais, absolutos ou indiscutíveis, mas efeitos de processos histórico-sociais e de decisões existenciais os quais remontam aos primeiros intelectuais da Antiguidade grega. Tales, Pitágoras ou Platão seriam, pois, precursores da moderna Visão de Mundo Científica que busca por princípios abstratos, lógicos e objetivos subjacentes à diversidade dos eventos naturais e sociais. Nesse sentido, Ciência, um Monstro convida a um questionamento radical e consistente das premissas históricas e epistemológicas que sustentam o privilegiado status cognitivo e cultural de experts científicos em sociedades democráticas.