Sinopse
Esta obra foi escrita numa arena de lutas clandestinas, num divã alheio, onde falo sem a certeza de que alguém me ouve, numa solidão serena. Ninguém me deixou sozinho, eu queria estar sozinho. Queria ver as pessoas de longe, de perto sentia o calor do outro, a existência do outro e eu queria apenas estar comigo. Um luxo!Soneguei afetos, aproximação, entrei num casulo, renderam-me espaços preciosos para reflexão. Pensei em minha própria história, sem medo algum. Entrei numa máquina do tempo, passeava pelo espaço, indo e voltando nas lembranças, nas porcelanas quebradas, nas máscaras minhas, avançava para o futuro... Sentia-me potente, vivo, assombrado...Bem sei que a estrutura psíquica do poeta é estar num mundo de Perséfone, o céu e inferno misturados. Ardemos no fogo e nos refrescamos num tipo de sopro divino. Então! É um desafio ser alguém que se deseja ser, assumir uma loucura e não a expectativa do outro.Isto marca o ser poeta: Coragem! Admitir essa instância do ser, tombar na arena, ser visto despido pelo outro. Só falamos de nós na poesia e fingimos não ser!