Sinopse
Vemos aqui um retrato (dramaticamente fiel) do que restou da humanidade depois de um século de catástrofes. "Monólogo" em moto-perpétuo, seu antiprotagonista - espécie de sobrevivente da hecatombe final - narra retrospectivamente sua "vida" antes, com e depois de Pim. Fragmentos de vida "de cima", "na luz" ("inventados relembrados"), também penetram neste porão "pós-tudo" pondo as fronteiras em movimento. A narração - e sua desconstrução - segue uma estratégia em cascata: o tempo pontual do presente da narrativa é o da "citação". O "eu-narrador" conta "como ouço". Ele é perseguido por uma voz "quaqua": antivoz, que ao descrever o som de seu silêncio animaliza-o. Seus pedaços de vida são literalmente citados diante do tribunal da literatura que não possui juiz ou Deus e não garante salvação.