Sinopse
PrefácioA contabilidade e seus mecanismos, práticas e ferramentas não é igual em todo país, possuindo variações, que vão de um relativo grau de simplicidade até temáticas mais complexas. Este é um dos motivos pelo qual a contabilidade está no ramo das ciências sociais aplicadas. Logo, isto implica em afirmar que a contabilidade é diretamente influenciada pelo meio, pelo contexto onde está inserida. A ciência contábil é regulada por leis societárias e fiscais de forma diferente em vários países, desta forma, os costumes e a tradição de cada país, interferem no processo interpretativo dos vários relatórios produzidos pela contabilidade e, para padronizar as informações, faz-se necessária uma harmonização, sendo este o sentido principal de uma contabilidade internacional. É diante deste panorama que surge a contabilidade internacional, como meio para harmonizar os relatórios produzidos em outros países e ser mecanismo de definição e adaptação de métodos, padrões e práticas internacionais, tendo como ponto de partida a contabilidade brasileira. Isto se torna importante para o cenário brasileiro exatamente a partir do surgimento da Bolsa de Valores e da consequente entrada de capital estrangeiro na economia brasileira. A Contabilidade Internacional é a tentativa de um consenso para tornar possível leituras e interpretações dos relatórios produzidos pela Contabilidade, por exemplo, entre duas empresas do mesmo ramo em países de culturas, leis e normas diferentes. Isto possibilita a integração das informações econômicas, hoje produzidas em um mundo globalizado e, logo, em um mercado internacional. O Brasil começou a se alinhar com o mundo contábil a partir da Lei 11.638/07 e posteriormente, à Lei 11941/09. Estas duas Leis praticamente iniciaram o processo de harmonização a uma dita contabilidade internacional. Com efeito, a partir de 2010, as empresas ficam obrigadas a desenvolver e elaborar seus demonstrativos em conformidade com estas novas normas. A nova norma IFRS, em sua totalidade deve ser seguida pelas companhias de grande porte e, a partir da Resolução CFC 1255/09, que adapta e flexibiliza o conjunto completo da norma IFRS, também deve ser adotada pelas empresas de pequeno e médio porte. A adaptação brasileira à Contabilidade Internacional provocou mudanças na legislação e no reconhecimento de formas de interpretação até então aqui no Brasil não suficientemente discutidas, como a prevalência da essência do fato contábil e sua forma jurídica. Estas adaptações são significativamente percebidas nas novas estruturas do Balanço Patrimonial, nos critérios de avaliação do Ativo e Passivo, na evidenciação e publicação do Fluxo de Caixa e na confecção da Demonstração do Valor Adicionado, dentre outros.