Sinopse
Foi no século passado que começamos a perceber os impactos negativos da queima de combustíveis fósseis sobre os ecossistemas globais, com as alterações climáticas promovidas pelo aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. Tão logo percebemos esses efeitos negativos da dependência dos combustíveis fósseis utilizados em nosso modelo de desenvolvimento econômico, já tivemos que buscar soluções para minimizar tais impactos; e foi nesse contexto que emergiram os biocombustíveis.
No Brasil, o etanol surgiu como um subproduto da fabricação do açúcar, na forma de cachaça. Foi com o tempo e com a criatividade peculiar dos brasileiros que seu potencial combustível foi descoberto e explorado, sobretudo após o desenvolvimento de motores
adaptados para seu uso. Foram necessárias políticas públicas e trabalho conjunto de governantes, cientistas e do setor sucroenergético para que o etanol atingisse o grau de sucesso que tem hoje, sobretudo no Estado de São Paulo. A participação dos órgãos
ambientais nesta tarefa foi fundamental para disciplinar a expansão do cultivo da canade-açúcar e o uso sustentável dos recursos naturais. O uso de biomassa como fonte de energia, antes restrito principalmente aos fogões de lenha e autofornos de siderúrgicas, atingiu um novo patamar ao se começar a usar o bagaço e a palha da cana para geração de vapor e energia elétrica nas usinas de açúcar e álcool modernas. Com a modernização das caldeiras, muitas dessas usinas já estão exportando energia para a rede pública. O potencial de geração de energia elétrica, no Brasil, a partir
do bagaço e da palha da cana-de-açúcar, é tão grande que equivale a algumas usinas hidrelétricas de Itaipu; e esse estoque de combustível é renovado anualmente.
Tudo isso contribui para aumentar a participação de energia renovável na matriz energética brasileira e para diminuir nossas emissões de gases de efeito estufa. Com metas para cumprir até 2020, temos lançado o desafio de reduzir nossas emissões e aumentar a
eficiência ambiental dos nossos processos produtivos, sem deixar de desenvolver o país.
A necessidade de conhecer, transformar e buscar condições de vida mais confortáveis é inerente ao ser humano. É obrigação da sociedade moderna disciplinar essa necessidade, utilizando todo o conhecimento que acumulou, para sustentar seu próprio desenvolvimento.