GRANDE SONHO DO CÉU

Renomado homem de teatro, Sam Shepard já escreveu mais de quarenta e cinco peças, recebeu onze prêmios Obie, o New York Drama Desk Award, a medalha de ouro da Academia Americana de Artes e Letras em 1992, a Palma de Ouro em Cannes pelo roteiro de Paris-Texas em 1984, foi introduzido no Theatre Hall of Fame em 1994 e recebeu o prêmio Pulitzer. O ator foi indica, do para o Oscar por seu papel em Os eleitos (The right stuff) .O escritor ficcionista já publicou dois volumes de prosa, e , e uma coletânea de contos, , à qual se segue agora um segundo grupo de histórias, . Nestas dezoito histórias, Shepard volta à fonte da sua primeira inspiração, que fez dele um dos mais festejados e profundamente americanos dos escritores: o universo do homem do meio,oeste, o homem terra-a-terra, o homem sensível à beleza, à força e ao poder do campo aberto. Nestes contos reencontramos o choque entre este homem puro e o sexo, a solidão, as ânsias por algo que ele parece ter perdido e luta para reencontrar; o choque entre o amor e o afastamento, entre o homem e aquilo que ele é. Suas histórias são fortes, por vezes brutais, plenas de inesperado. Todas surpreendentes. O diálogo tem o vigor das suas peças. Nele, o humor surge mesclado com os grandes afastamentos e as enormes solidões. Betty é uma mulher que prefere perder o trailer onde mora a se desfazer dos seus gatos. A viajante, que atravessa o país de leste a oeste com a uma que contém as cinzas da mãe, tem um encontro inesperado com um gavião ferido. Um marido interiorano se vê, durante uma festa de família, no porão de casa ameaçando uma das convidadas com uma arma. Dois velhos amigos, que moram juntos desde que suas mulheres morreram, acabam se separando em silencioso momento de ciúme por causa de uma garçonete de meia-idade. Todas essas histórias são carregadas de vida e de verdade. Sua intensidade dramática nos atinge como se os personagens estivessem vivos em um palco. O dom primeiro de Shepard.