Sinopse
    
      O presente livro é uma adaptação da dissertação de mestrado apresentada e defendida perante banca examinadora da Universidade Federal de Minas Gerais composta pelos ilustres Professores Ariosvaldo de Campos Pires, Sheila Jorge Selim de  Sales e Carlos Augusto Canedo, orientador do trabalho, como  requisito parcial a obtenção do título de Mestre em Ciências  Penais.  A temática, além de polêmica, e fascinante, podendo-se  mesmo afirmar que, ao lado do funcionalismo de JAKOBS e  ROXIN, da imputação objetiva e das correntes político-criminais  inspiradas no abolicionismo, constitui-se na essência das novas  formulações do Direito Penal contemporâneo.  Um dos fatores que motivaram a realização da pesquisa e a  escassez de obras no Brasil que apresentasse, minuciosamente,  os fundamentos da responsabilidade penal da pessoa jurídica,  seja na adequação do ente coletivo ao modelo tradicional da  teoria do delito, seja nos novos modelos de imputação jurídico-penal que tem sido apresentados por autores estrangeiros.  Portanto, pode-se dizer que a primeira parte do livro é  dedicada inteiramente ao estudo detalhado da responsabilização  criminal das empresas, procurando responder perguntas sobre  como seria o conceito de ação para a pessoa jurídica, a sua  culpabilidade e as funções da pena, dentre outras. Discute-se  também as inovadoras propostas de BACIGALUPO e BAIGUN,  doutrinadores que formulam um sistema penal especifico para as  corporações, distinto da dogmática tradicional.  Importante sinalizar que o tema foi abordado também a luz  das avançadas concepções funcionalistas, mostrando-se os critérios da imputação objetiva em relação a pessoa jurídica, bem como o tratamento da responsabilidade penal pelo produto na doutrina estrangeira que modifica, inclusive, o conceito de causa  com inegável espeque na política-criminal.  A obra também apresenta um estudo da viabilidade constitucional da responsabilidade penal da pessoa jurídica e, a partir deste ponto, no cristalino contraste da inovação com a vertente material dos princípios de Direito Penal insculpidos na Carta  Magna de 1988, e rea1izada uma célere analise dos critérios de solução dos conflitos entre normas constitucionais.  Finalmente, o trabalho realiza uma investigação detalhada  da Lei n. 9.605/98, chamada de Lei dos Crimes Ambientais, que  consagrou a sujeição criminal ativa da pessoa jurídica, com  demonstração de suas impropriedades técnicas, além de uma  abordagem do tema no Direito comparado.