Sinopse
Jesus e os Outros Nomes é um dos vários livros de Paul que são pedras miliárias no caminho do nascimento e crescimento da teologia das religiões ou da teologia do pluralismo religioso. Estamos, pois, diante de um livro que já se tornou um clássico, que mesmo não sendo a última palavra é uma palavra que não pode deixar de ser ouvida por quem quiser falar ou refletir sobre o tema.Quem é Paul Knitter? O leitor encontrará no próprio livro a biografia do autor, ou melhor, uma autobiografia teológica, uma confissão sobre a própria vocação da procura teológica num âmbito que foi primeiro uma vocação pessoal de vida missionária, de encontro com as outras religiões. Chama a atenção a unidade teológico-missionário-vocacional da vida de Paul. Neste tempo de tanta mudança não é frequente encontrar vidas teológicas tão coerentemente unidas e fiéis a uma mesma vocação teológica e pessoal.Mas esse itinerário biográfico-teológico do autor coincide provavelmente com o itinerário da maior parte dos leitores. Todos nós os que já temos uma certa idade e que fomos testemunhas dos primeiros tempos pós-conciliares do Vaticano II sabemos o que foi o exclusivismo numa Igreja e numa missão missionária que pensavam ter a verdade completa, definitiva e única, sabemos quanto custou passar para um novo paradigma, o paradigma inclusivista. Nas mudanças teológicas esboçadas nesta autobiografia pessoal de Knitter, muitos de nós vão se reconhecer, e outros reconhecerão talvez os próximos passos a dar na sua própria caminhada teológica.A pergunta deste livro é o punctum dolens, o ponto mais difícil que surge a partir da compreensão tradicional da identidade cristã. Mas, como o autor mostra ao olhar de perto os próprios textos neotestamentários, essa compreensão tradicional não é a única possível nem a original. Neste mundo de hoje, no qual temos uma experiência do pluralismo absolutamente inédita e diferente daquela que a humanidade teve em toda sua história, chegou a hora de ampliar essa tradição que se choca com o espírito do tempo atual e com as evidências históricas desta hora.Estamos de parabéns por ter uma editora como a Nhanduti, que teve a coragem de tomar a iniciativa e prestar um grande serviço ao Brasil (e a América Latina inteira!): traduzir este livro de Paul Knitter.José María Vigil.