JUDAS ISCARIOTES: E OUTRAS HISTÓRIAS
Leonid Andreiev
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Sinopse
Com a publicação de ? em tradução direta do russo realizada por Henrique Losinsky Alves ?, a Editora Claridade resgata para o leitor brasileiro um importante momento da obra de Leonid Andreiév (1871-1919), um dos maiores nomes da literatura russa de todos os tempos. Bastante conhecido entre nós até finais dos anos 60, Andreiév caiu inexplicavelmente no esquecimento, motivo pelo qual a presente edição propicia ao leitor de hoje a oportunidade de conhecer a obra de um escritor que, conforme assinala no prefácio Aurora Bernardini, professora de literatura russa da Universidade de São Paulo, incorpora ?toda a grande tradição literária russa?, que compreende nomes como os de Tolstói, Gógol, Tchékhov e Dostoiévski. Nas palavras de outro grande escritor russo, Máximo Górki, Andreiév revela ?uma intuição surpreendentemente fina e uma espantosa eficácia ao tratar das contradições da alma humana e das fermentações do instinto?. Assim, nos contos reunidos no volume, o autor faz uma profunda escavação filosófico-teológico-existencial e mergulha nessas contradições, para apresentá-las quase que psicanaliticamente, embora sem a pretensão de resolvê-las. Na pequena obra-prima que dá título ao livro, Andreiév propõe uma extraordinária interpretação do papel de Judas Iscariotes na paixão de Cristo: a traição que consuma, é por ele pressentida como um abismo a cuja atração, apesar dos esforços, Judas não consegue resistir. Não se trata de crime intencional, nem de culpa, mas desse desígnio obscuro que parece reger a vida de certos homens contra a vontade deles, contra a razão, contra a salvação. ... Nos cinco textos que completam a coletânea ? ?Era uma vez? , ?O nada? , ?O grande slam? , ?Valia? e ?A máscara? ?, Andreiév põe o leitor diante dos abismos da existência, abordando com lirismo e sutil ironia temas como a morte, o jogo, o sofrimento que põe fim à infância, a ambivalência da representação. A poética de Andreiév, aliás, como bem ressalta a professora Bernardini, tem ?sempre dois planos, no mais secreto dos quais acirram-se os conflitos dos protagonistas e descerra-se alguma verdade essencial?.