LIV LAGERBLAD: POEMAS (KRAFT #V.3)

Poemas de Liv Lagerbaldpela coleção Kraft.-----------------ApresentaçãoLiv ao vivo (por Armando Freitas Filho)Escreve como quem opera. Inusitada cirurgiãde ponta fina vai fundo: primeiro o bisturi no zero,inaugural, se inserindo; depois, em sequênciameticulosa (como numa autópsia contrariada nosseus próprios termos, pois é feita em corpo vivo),a mão, o braço inteiro, até o seu corpo se vestir,da cabeça aos pés, do outro; tudo sem anestesia,na velocidade possível, quadro a quadro, indo emfrente, escrevendo o que não se diz”. Será paren-te de Augusto dos Anjos, não importa em quegrau? Se é de sangue ou por afinidade? Será semsaber, sem nunca tê-lo visto encadernado? Nemde ouvir falar, de raspão, em noite ingrata? Masa intervenção original continua sob o sol regulá-vel pela nuvem ou pelo abajur: foi abduzida pelopaciente ou, ao contrário, o possuiu? E o poema– um por todos e todos por um –, além do texto,entretém a tessitura do livro e impregna o leitorartesanal, ávido e boquiaberto, fora de si.